quinta-feira, 26 de maio de 2011

As armas de fogo e as Guardas Municipais

  Por mais que haja uma corrente contrária às armas de fogo neste país, devido ao momento histórico e a carga cultural de nossa nação, é impossível se falar de segurança pública sem o suporte de equipamento potencialmente letal(armas de fogo). Se o poder de polícia consiste em cercear o direito do outro em benefício da coletividade, no imaginário da população brasileira tal ato só é possível através de mecanismos de força(armas de fogo), capazes de causar "medo", naquele que a princípio ameaça o bem estar social, de vir a óbto caso não acate a intervenção da força estatal.
  Porém, com relação às guardas municipais, hoje existem duas realidades: as guardas municipais armadas e as  desarmadas. As guardas municipais armadas não tem dificuldades em "afirmar seu poder de polícia perante a sociedade, visto que devido ao uniforme ostensivo, e o porte de arma, a figura do guarda municipal se confunde com a de um policial militar, que por sua vez remete a ideia de repressão ("medo"). E, também temos a realidade das guardas municipais desarmadas, que por sinal, tem muita dificuldade em "afirmar" seu poder de polícia dentro do quesito segurança pública, por ter muitas vezes sua identidade associada a vigilância privada, ou qualqer coisa diversa da atividade de segurança pública.
  Apesar de os que estudam, e os que são envolvidos na atividade estatal conhecerem que, poder de polícia não se legitima por armas e sim por leis que regulamentam cada atividade, a sociedade em contrapartida associa poder à capacidade de vencer o oponente(causar-lhe prejuízo), e num discurso maquiavélico nada revestido de pudor, entre ser amado e ser temido, é muito mais seguro ser temido. E se quiseres ser temido neste país, o que vale ainda são as armas.

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